quinta-feira, 26 de julho de 2018

A LENDA DO FORNO À LENHA

Conta-se que há muitos anos atrás, numa das fazendas de café no Município de Sertanópolis moravam várias famílias de colonos que davam conta de todo o trabalho realizado na propriedade. Era uma época em que não havia fogão a gás, usava-se o fogão a lenha. Quase nada era comprado na cidade. Grande parte do que se consumiam eram produzidos na roça. Havia fartura de frangos no terreiro, ovos de galinha, leite de vaca... Nunca faltava a carne de porco que era armazenada em latas de banha. Bem... “A Lenda do Forno a Lenha” aconteceu num dia qualquer da semana... Uma das mulheres da fazenda preparava, a moda da roça, uma fornada de pão. Com certeza, uma delícia de fazer crescer água na boca. Enquanto acendia o fogo no forno... Lenha seca de primeira, ajuntada a capricho no mato... Estava à mãe acompanhada de sua filha, a mais nova. Era uma menina muito bonita de apenas quatro anos de idade. Assim que a lenha pegou fogo, a mulher teve que ir a casa a fim de resolver um problema de rotina. Enquanto ainda estava dentro de sua casa começou a ouvir os gritos desesperados de sua filha... Saiu porta afora correndo na direção do forno... Infelizmente, mesmo assistida por outras mulheres da colônia nada puderam fazer... De mãos atadas diante das labaredas assassinas que saiam da boca do forno. Assistiram aterrorizadas vendo a menina arder em chamas. Era um fogo muito estranho incontrolável, como se saíssem da boca de um dragão. A pobre menina ficou parecendo um toco de carvão. Foi o seu corpinho velado e sepultado com muito choro e lamentos, principalmente da pobre mãe que não se conformava com a perda da filha, daquela maneira tão trágica e tão sinistra. A partir daquele dia o forno ficou abandonado... Nunca mais alguém se atreveu em fazer nele as guloseimas tão apreciadas pelos moradores da colônia. Quase todas as noites, algo sinistro passou acontecer... Muitos dos moradores abandonaram o trabalho na fazenda, o mais rápido possível... Má sorte teve os que ficaram. Não tiveram durante os primeiros anos, após o sinistro acontecimento uma só noite tranquila de sono... No silêncio da noite, as chamas se repetiam no velho forno, provocando um clarão imenso... Como se não bastasse o choro e os gritos da menina morta ecoavam por todos os lados, implorando por socorro. Labaredas de fogo que clareava a dezenas de metros como se fosse dia A paz só voltou a reinar no local, quando o forno foi demolido.

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