Em outra época havia na redondeza dezenas de olarias as margens do majestoso Rio Tibagi. Com a construção da famosa Represa Capivara foram todas demolidas e os barreiros de argila foram engolidos pelas águas lago. Hoje só restam as histórias contadas, dos tempos em que os barracões tinham múltiplas finalidades, além da fabricação das telhas e dos tijolos eram palcos de festas de casamentos, festas juninas, batizados, carnavais, cantorias dançantes... Registram-se também desses eventos marcantes além dos momentos de confraternizações: Brigas inesquecíveis, quase sempre provocadas pela maldita cachaça, ou ciumeira danada entre casais envolvendo terceiros para atiçar as intrigas. O trabalho nas olarias era diurno, exceto o de queimar o forno que varava a noite. É bom que se diga que é entre uma fornalha e outra havia um intervalo, para o resfriamento dos fornos. Em seguida a tarefa era retirar do forno os tijolos ou telhas prontos para serem comercializados. Era solitário o trabalho noturno de queimar os forno. Exigia do operário uma atenção redobrada, pois a caloria do forno tinha que estar no ponto certo para se obter um produto de qualidade. Contam os remanescentes desse árduo trabalho muitas histórias noturnas, principalmente de aparições; ora eram as famosas luzes que apareciam e desapareciam repentinamente; ora eram pedras atiradas sobre os telhados dos barracões; ora eram vultos estranhos que transitavam pela estrada de acesso... Poucas pessoas se aventuravam a realizar essa tarefa noturna... Certa ocasião um desses trabalhadores foi surpreendida pelos latidos dos cachorros que vinham pela estrada afora na direção do barracão onde se ocupava com os seus afazeres... Os cachorros latiam como se estivessem perseguindo um bicho selvagem de grande porte. Quando a matilha, em disparada passou pelo barracão, qual foi o seu espanto... Inacreditável! ... Além dos cachorros, ia à frente a correr em passadas largas um vulto como se fosse de um homem, o mais estranho é que só se via as duas penas, bastante altas, o restante do corpo era totalmente invisível... O mesmo homem conta que em outra ocasião, lá pelas tantas da madrugada, de uma noite de lua cheia, também os cachorros puseram-se a latir no terreiro... Eis que, na estrada surgem dois vultos como se fosse um homem e uma mulher com as cabeças cobertas por um pano branco. Fixou bem o olhar, sem desvendar do que se tratava, era uma visão um tanto sinistra... Pensou: deve ser um casal de namorados em fuga dos pais... Antes mesmo de concluir o pensamento os dois vulto se agigantaram de maneira assustadora, fincando no mínimo três vezes maiores e se foram pela estrada afora causando espanto até mesmo nos cachorros que pararam de latir e retornaram ao barracão grunhindo com os rabos entre as penas... Ficou abobalhado, sem saber o que fazer. Voltou à boca do forno para colocar mais lenha, tremendo que nem vara verde e com os cabelos arrepiados... Dizem que depois daquela noite tenebrosa, não pensou duas vezes, no outro dia pediu as contas ao dono da olaria e procurou outro emprego distante daquela paragem. Hoje, ao redor onde era a antiga olaria, restam algumas casas de madeira, quase sempre desabitadas... Os que tentam ali morar fazem do seu paradeiro, como se fossem cometas errantes. Tratam logo de se mudar para outras localidades, pois as aparições de vultos completamente estranhos são ainda constantes nos dias de hoje.
quinta-feira, 26 de julho de 2018
OS MONSTROS DA OLARIA
Em outra época havia na redondeza dezenas de olarias as margens do majestoso Rio Tibagi. Com a construção da famosa Represa Capivara foram todas demolidas e os barreiros de argila foram engolidos pelas águas lago. Hoje só restam as histórias contadas, dos tempos em que os barracões tinham múltiplas finalidades, além da fabricação das telhas e dos tijolos eram palcos de festas de casamentos, festas juninas, batizados, carnavais, cantorias dançantes... Registram-se também desses eventos marcantes além dos momentos de confraternizações: Brigas inesquecíveis, quase sempre provocadas pela maldita cachaça, ou ciumeira danada entre casais envolvendo terceiros para atiçar as intrigas. O trabalho nas olarias era diurno, exceto o de queimar o forno que varava a noite. É bom que se diga que é entre uma fornalha e outra havia um intervalo, para o resfriamento dos fornos. Em seguida a tarefa era retirar do forno os tijolos ou telhas prontos para serem comercializados. Era solitário o trabalho noturno de queimar os forno. Exigia do operário uma atenção redobrada, pois a caloria do forno tinha que estar no ponto certo para se obter um produto de qualidade. Contam os remanescentes desse árduo trabalho muitas histórias noturnas, principalmente de aparições; ora eram as famosas luzes que apareciam e desapareciam repentinamente; ora eram pedras atiradas sobre os telhados dos barracões; ora eram vultos estranhos que transitavam pela estrada de acesso... Poucas pessoas se aventuravam a realizar essa tarefa noturna... Certa ocasião um desses trabalhadores foi surpreendida pelos latidos dos cachorros que vinham pela estrada afora na direção do barracão onde se ocupava com os seus afazeres... Os cachorros latiam como se estivessem perseguindo um bicho selvagem de grande porte. Quando a matilha, em disparada passou pelo barracão, qual foi o seu espanto... Inacreditável! ... Além dos cachorros, ia à frente a correr em passadas largas um vulto como se fosse de um homem, o mais estranho é que só se via as duas penas, bastante altas, o restante do corpo era totalmente invisível... O mesmo homem conta que em outra ocasião, lá pelas tantas da madrugada, de uma noite de lua cheia, também os cachorros puseram-se a latir no terreiro... Eis que, na estrada surgem dois vultos como se fosse um homem e uma mulher com as cabeças cobertas por um pano branco. Fixou bem o olhar, sem desvendar do que se tratava, era uma visão um tanto sinistra... Pensou: deve ser um casal de namorados em fuga dos pais... Antes mesmo de concluir o pensamento os dois vulto se agigantaram de maneira assustadora, fincando no mínimo três vezes maiores e se foram pela estrada afora causando espanto até mesmo nos cachorros que pararam de latir e retornaram ao barracão grunhindo com os rabos entre as penas... Ficou abobalhado, sem saber o que fazer. Voltou à boca do forno para colocar mais lenha, tremendo que nem vara verde e com os cabelos arrepiados... Dizem que depois daquela noite tenebrosa, não pensou duas vezes, no outro dia pediu as contas ao dono da olaria e procurou outro emprego distante daquela paragem. Hoje, ao redor onde era a antiga olaria, restam algumas casas de madeira, quase sempre desabitadas... Os que tentam ali morar fazem do seu paradeiro, como se fossem cometas errantes. Tratam logo de se mudar para outras localidades, pois as aparições de vultos completamente estranhos são ainda constantes nos dias de hoje.
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