Nas ruas centrais da cidade de Sertanópolis, em épocas passadas havia muito mais árvores nas calçadas do que nos dias de hoje. Uma delas se destacava entre todas, não por ser a mais frondosa, muito menos por ser a mais alta, nem a mais bela... Então o que havia de extraordinário nessa árvore? ... Diziam que a tal árvore era mal assombrada. Falavam coisas tenebrosas. Então, aproveitando os boatos sinistros que circulavam na boca do povo, um grupo de amigos acostumados a aprontar traquinagens resolveu pregar um susto nas pessoas que costumeiramente retornavam da igreja, nos finais de semana, lá pelas nove horas da noite. Enquanto isso, os malfeitores, subiram com muita dificuldade na tenebrosa árvore carregando o couro curtido de uma vaca preta, ajeitaram-se nas forquilhas dos galhos a certa altura do chão e lá permaneceram mal acomodados alguns minutos em pleno silêncio. O desconforto era total, mesmo assim não desistiram, até que, pela rua deserta, iluminada apenas pelo clarão da lua, lá vinham os religiosos, numa prosa animada, sem se darem conta do que estava para acontecer... Quando já se encontravam embaixo da árvore foram surpreendidos por um vulto enorme preto que nem carvão despencando-se do alto, batendo de galho em galho, fazendo um barulho danado... As vítimas, muito assustadas aprontaram uma gritaria confusa e incontrolável, colocaram em pânico até mesmo os moradores vizinhos. Os donos da arte premeditada, com medo de serem surpreendidos desceram da árvore o mais rápido possível e saíram correndo carregando o couro nas costas pelas ruas escuras e desertas... Os cachorros, não acostumados com esse tipo de visão puseram-se a latir de maneira muito estranha, os mais afoitos saíram dos quintais e perseguiram o vulto negro em disparada, agora mais rápido ainda para se livrarem das presas caninas que vinham fungando atrás dos calcanhares. Foi uma noite um tanto cômica e tenebrosa que entrou para a história dos moradores do pacato vilarejo. Conta-se até nos dias de hoje este causo engraçado e a árvore carregou sobre o peso de seus galhos a triste sina de mal assombrada, até que veio tombar por terra numa noite de tempestade.
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quarta-feira, 25 de julho de 2018
A ÁRVORE MAL ASSOMBRADA
Nas ruas centrais da cidade de Sertanópolis, em épocas passadas havia muito mais árvores nas calçadas do que nos dias de hoje. Uma delas se destacava entre todas, não por ser a mais frondosa, muito menos por ser a mais alta, nem a mais bela... Então o que havia de extraordinário nessa árvore? ... Diziam que a tal árvore era mal assombrada. Falavam coisas tenebrosas. Então, aproveitando os boatos sinistros que circulavam na boca do povo, um grupo de amigos acostumados a aprontar traquinagens resolveu pregar um susto nas pessoas que costumeiramente retornavam da igreja, nos finais de semana, lá pelas nove horas da noite. Enquanto isso, os malfeitores, subiram com muita dificuldade na tenebrosa árvore carregando o couro curtido de uma vaca preta, ajeitaram-se nas forquilhas dos galhos a certa altura do chão e lá permaneceram mal acomodados alguns minutos em pleno silêncio. O desconforto era total, mesmo assim não desistiram, até que, pela rua deserta, iluminada apenas pelo clarão da lua, lá vinham os religiosos, numa prosa animada, sem se darem conta do que estava para acontecer... Quando já se encontravam embaixo da árvore foram surpreendidos por um vulto enorme preto que nem carvão despencando-se do alto, batendo de galho em galho, fazendo um barulho danado... As vítimas, muito assustadas aprontaram uma gritaria confusa e incontrolável, colocaram em pânico até mesmo os moradores vizinhos. Os donos da arte premeditada, com medo de serem surpreendidos desceram da árvore o mais rápido possível e saíram correndo carregando o couro nas costas pelas ruas escuras e desertas... Os cachorros, não acostumados com esse tipo de visão puseram-se a latir de maneira muito estranha, os mais afoitos saíram dos quintais e perseguiram o vulto negro em disparada, agora mais rápido ainda para se livrarem das presas caninas que vinham fungando atrás dos calcanhares. Foi uma noite um tanto cômica e tenebrosa que entrou para a história dos moradores do pacato vilarejo. Conta-se até nos dias de hoje este causo engraçado e a árvore carregou sobre o peso de seus galhos a triste sina de mal assombrada, até que veio tombar por terra numa noite de tempestade.
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