Há muitos anos atrás havia certo padeiro que passava pelas ruas de sua cidade, nas primeiras horas da madrugada entregando os pães, principalmente para os fregueses mensalistas... Era o homem um tanto estranho, magro, muito pálido, de pouca conversa. Dizem que tinha uma das orelhas cortadas. Raramente era visto durante o dia. Era dono de uma carroça que era puxada por um cavalo pangaré, de pelos arrepiados e de cor branca, com uma pisadura no lombo. De repente, o misterioso padeiro sumiu, sem dar notícia do seu novo paradeiro, nem mesmo às contas que tinha para receber foram acertadas... Começaram então a surgir os boatos desencontrados. Algumas pessoas passaram afirmar que ele havia se mudado para uma outra cidade. Outros mais trágicos comentavam que havia sido assassinado por motivo de roubo. Há quem afirmasse que o seu desaparecimento foi provocado por uma terrível maldição imposta pela própria mãe. A verdade é que o homem noctívago sumiu assim como desapareceu também a carroça e o cavalo. Passados certo tempo, numa madrugada, lá pelas 4h., pelas mesmas ruas da cidade, como era de costume os moradores foram despertados novamente pelo barulho da carroça e pelo sininho que o cavalo carregava pendurada no pescoço... Os boatos começaram a fervilhar na boca miúda. Para alguns, tratava-se de um outro padeiro tentando ocupar o espaço deixado pelo anterior, para outros, mais ligados a crendices tratava-se do fantasma do padeiro que havia retornado para vingar-se do preconceito e das calúnias, das quais sempre fora vítima. Nas madrugadas seguintes, sempre no mesmo horário, nas mesmas ruas, o barulho da carroça e do cavalo com seu sininho voltou à rotina... Até que, um dos antigos fregueses resolveu levantar-se de madrugada para comprar os pães para o café daquela manhã... Até aí, nada de anormal. Foi até a rua, esperou pelo padeiro que vinha em sua direção. Fez parar a carroça que era puxada pelo mesmo cavalo pangaré e pediu ao padeiro a quantia de pães, que era acostumado a comprar. O padeiro ao entregar-lhe a mercadoria, quando se virou de frente... Cruz, credo! ... O freguês deparou-se com a mais sinistra visão... Ali, a menos de meio metro de distância viu apenas a capa e o chapéu do padeiro flutuando no ar. Apavorado retornou a casa sem os pães, que foram involuntariamente atirados na calçada. Ao passar pelo portão, virou-se novamente para o lado da rua a fim de confirmar se realmente não estava tendo uma alucinação. Nada mais pode ver. Nem carroça! ... Nem cavalo! ... Nem os pães! ... Tudo sumiu num piscar de olho. Somente o sininho seguiu tocando pela rua deserta. O mais estranho, é que muitos anos já se passaram, ainda nos dias de hoje, há quem afirma que o tal padeiro fantasma ainda circula pelas ruas da cidade.
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quarta-feira, 25 de julho de 2018
A LENDA DO PADEIRO FANTASMA
Há muitos anos atrás havia certo padeiro que passava pelas ruas de sua cidade, nas primeiras horas da madrugada entregando os pães, principalmente para os fregueses mensalistas... Era o homem um tanto estranho, magro, muito pálido, de pouca conversa. Dizem que tinha uma das orelhas cortadas. Raramente era visto durante o dia. Era dono de uma carroça que era puxada por um cavalo pangaré, de pelos arrepiados e de cor branca, com uma pisadura no lombo. De repente, o misterioso padeiro sumiu, sem dar notícia do seu novo paradeiro, nem mesmo às contas que tinha para receber foram acertadas... Começaram então a surgir os boatos desencontrados. Algumas pessoas passaram afirmar que ele havia se mudado para uma outra cidade. Outros mais trágicos comentavam que havia sido assassinado por motivo de roubo. Há quem afirmasse que o seu desaparecimento foi provocado por uma terrível maldição imposta pela própria mãe. A verdade é que o homem noctívago sumiu assim como desapareceu também a carroça e o cavalo. Passados certo tempo, numa madrugada, lá pelas 4h., pelas mesmas ruas da cidade, como era de costume os moradores foram despertados novamente pelo barulho da carroça e pelo sininho que o cavalo carregava pendurada no pescoço... Os boatos começaram a fervilhar na boca miúda. Para alguns, tratava-se de um outro padeiro tentando ocupar o espaço deixado pelo anterior, para outros, mais ligados a crendices tratava-se do fantasma do padeiro que havia retornado para vingar-se do preconceito e das calúnias, das quais sempre fora vítima. Nas madrugadas seguintes, sempre no mesmo horário, nas mesmas ruas, o barulho da carroça e do cavalo com seu sininho voltou à rotina... Até que, um dos antigos fregueses resolveu levantar-se de madrugada para comprar os pães para o café daquela manhã... Até aí, nada de anormal. Foi até a rua, esperou pelo padeiro que vinha em sua direção. Fez parar a carroça que era puxada pelo mesmo cavalo pangaré e pediu ao padeiro a quantia de pães, que era acostumado a comprar. O padeiro ao entregar-lhe a mercadoria, quando se virou de frente... Cruz, credo! ... O freguês deparou-se com a mais sinistra visão... Ali, a menos de meio metro de distância viu apenas a capa e o chapéu do padeiro flutuando no ar. Apavorado retornou a casa sem os pães, que foram involuntariamente atirados na calçada. Ao passar pelo portão, virou-se novamente para o lado da rua a fim de confirmar se realmente não estava tendo uma alucinação. Nada mais pode ver. Nem carroça! ... Nem cavalo! ... Nem os pães! ... Tudo sumiu num piscar de olho. Somente o sininho seguiu tocando pela rua deserta. O mais estranho, é que muitos anos já se passaram, ainda nos dias de hoje, há quem afirma que o tal padeiro fantasma ainda circula pelas ruas da cidade.
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