O depoimento é de um aluno que fez o relato ao seu professor. Diz ele ser testemunha ocular do sinistro episódio. Ficou até transtornado, pálido, suando frio enquanto narrava o caso. Sete anos, era a sua idade. Morava no sítio, lá para as bandas da Água do Meio. Na companhia do irmão mais novo gostavam de brincar ao lado de um poço que diziam ser mal assombrado. O irmão mais velho não dava crédito aos boatos que circulavam na boca do povo, enquanto que ele, um pirralho banguela morria de medo das histórias contadas. Os dois irmãos passavam parte dos dias se divertindo num balanço que o pai havia amarrado numa das árvores, plantadas a propósito, para tornar sombrio, o poço que tinha muita serventia para os moradores do sítio, quanto ao fornecimento da água que consumiam. Comenta-se ser comum, naquele local, a aparição de um casal de namorados diz a lenda que os familiares da moça não concordaram com o namoro e os dois jovens apaixonados, desgostosos resolveram colocar um trágico fim em suas vidas, com uma dose excessiva de veneno. Foram encontrados mortos naquele local, em meio ao gramado, abraçados como se dormissem um sono profundo. Certo dia, no vai e vem do balanço, sem se preocuparem com os boatos, o irmão mais velho empurrava o mais novo, dando-lhe mais impulso, enquanto que ele se deliciava abraçado na corda... Nisto, para o seu espanto avistou dois vultos, vestido de branco, trocando carícias de amor, sentados na grama, ao lado do poço... Não teve dúvida de que se tratava de uma visão muito estranha, tantas vezes já anunciada e que jamais desejou vê-la em momento algum... Quis gritar a voz não lhe saiu... Pálido como estava o irmão dava-lhe ainda mais impulso na corda. Os seus pés já passavam rente à cobertura do poço. Pior ainda, atravessava pelos vultos, tanto na ida como na volta, sem sentir a presença dos corpos. Era uma sensação muito estranha. Na agonia que se encontrava, sem poder falar, arrepiado da cabeça aos pés sentia que a qualquer momento ia ter uma vertigem... O irmão que empurrava pelo balanço achava que estava apenas com medo de ser arremessado para longe, de tão alto que balançava... Valendo-se do bom senso resolveu diminuir a força até que o balanço parasse de se movimentar... Foi então que ficou sabendo do fato acontecido contado pelo irmão. Saíram os dois correndo como cabritinhos em dia de chuva, na direção da casa, sem olhar para trás, tamanho era o medo que sentiam. Abandonaram para sempre o balanço. Logo em seguida a família veio morar em Sertanópolis. Já se passaram muitos anos, o casal de namorados fantasmas ainda continuam se encontrando misteriosamente ao lado onde existia o famoso poço d`água.
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quarta-feira, 25 de julho de 2018
O POÇO MAL ASSOMBRADO
O depoimento é de um aluno que fez o relato ao seu professor. Diz ele ser testemunha ocular do sinistro episódio. Ficou até transtornado, pálido, suando frio enquanto narrava o caso. Sete anos, era a sua idade. Morava no sítio, lá para as bandas da Água do Meio. Na companhia do irmão mais novo gostavam de brincar ao lado de um poço que diziam ser mal assombrado. O irmão mais velho não dava crédito aos boatos que circulavam na boca do povo, enquanto que ele, um pirralho banguela morria de medo das histórias contadas. Os dois irmãos passavam parte dos dias se divertindo num balanço que o pai havia amarrado numa das árvores, plantadas a propósito, para tornar sombrio, o poço que tinha muita serventia para os moradores do sítio, quanto ao fornecimento da água que consumiam. Comenta-se ser comum, naquele local, a aparição de um casal de namorados diz a lenda que os familiares da moça não concordaram com o namoro e os dois jovens apaixonados, desgostosos resolveram colocar um trágico fim em suas vidas, com uma dose excessiva de veneno. Foram encontrados mortos naquele local, em meio ao gramado, abraçados como se dormissem um sono profundo. Certo dia, no vai e vem do balanço, sem se preocuparem com os boatos, o irmão mais velho empurrava o mais novo, dando-lhe mais impulso, enquanto que ele se deliciava abraçado na corda... Nisto, para o seu espanto avistou dois vultos, vestido de branco, trocando carícias de amor, sentados na grama, ao lado do poço... Não teve dúvida de que se tratava de uma visão muito estranha, tantas vezes já anunciada e que jamais desejou vê-la em momento algum... Quis gritar a voz não lhe saiu... Pálido como estava o irmão dava-lhe ainda mais impulso na corda. Os seus pés já passavam rente à cobertura do poço. Pior ainda, atravessava pelos vultos, tanto na ida como na volta, sem sentir a presença dos corpos. Era uma sensação muito estranha. Na agonia que se encontrava, sem poder falar, arrepiado da cabeça aos pés sentia que a qualquer momento ia ter uma vertigem... O irmão que empurrava pelo balanço achava que estava apenas com medo de ser arremessado para longe, de tão alto que balançava... Valendo-se do bom senso resolveu diminuir a força até que o balanço parasse de se movimentar... Foi então que ficou sabendo do fato acontecido contado pelo irmão. Saíram os dois correndo como cabritinhos em dia de chuva, na direção da casa, sem olhar para trás, tamanho era o medo que sentiam. Abandonaram para sempre o balanço. Logo em seguida a família veio morar em Sertanópolis. Já se passaram muitos anos, o casal de namorados fantasmas ainda continuam se encontrando misteriosamente ao lado onde existia o famoso poço d`água.
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