Nos tempos em que os cafezais cobriam morros, havia um caminho de acesso a uma estrada principal, onde os moradores dos sítios ao redor eram obrigados a passar. Havia gente sempre transitando, principalmente durante o dia, muito raramente à noite. A beira do caminho podia se ver um toco de uma árvore remanescente da antiga floresta. Em volta a lavoura de café reinava absoluta. Os pés de cafés chegavam a atingir de três a quatro metros de altura e até mais. Era como se fosse um bosque cerrado de arbustos frondosos. Quando alguém passava ao redor do toco, principalmente nas noites de sexta-feira da quaresma ouvia choro e gritos desesperados, vindos do chão, exatamente de onde estava o toco. Por que razão um velho toco de árvore punha-se a chorar e a gritar quando alguém passava por perto? ... Qual seria o mistério? ... Os boatos circulavam na região, atiçando a crença popular... O local era realmente temido, pelo menos pela maioria dos moradores da vizinhança. Um dos homens da redondeza, o mais corajoso resolveu desvendar os mistérios, até então inexplicáveis. Começou a cavar em volta do toco, numa tarde de um dia qualquer, com um enxadão e uma pá... A menos de meio metro de profundidade encontrou uma caveira e o resto de um esqueleto humano bastante desgastado pelo tempo e pela umidade das chuvas... Corajoso como era, resolveu tocar a mão na caveira, antes não tivesse feito! ... Uma voz estranha ecoou do fundo do buraco, repetindo várias vezes à mesma frase: _ Não... Não toque no que não lhe pertence! ... _ Não... Não toque no que não lhe pertence! ... Fechou os olhos, tampou os ouvidos com as mãos, mesmo assim continuava ouvindo os gritos. Era um homem até então destemido, naquele momento pela primeira vez fraquejou, quase borrou nas calças e saiu correndo do local, largando para trás o enxadão e a pá. Contou o ocorrido aos vizinhos que não duvidaram de suas palavras. Acharam melhor levar o acontecido ao conhecimento da polícia local. Esta, uma vez informada do fato sinistro foi imediatamente ao local. Após minuciosa perícia, nada foi desvendado... A ossada humana mesmo sem ser identificada foi enterrada no cemitério. Dizem que o defunto descansou em paz e no local nunca mais ninguém ouviu nem choro e nem gritos misteriosos. Ficaram para sempre as dúvidas: Quem seria o defunto? ... Quem o matou? ... E por que foi ali enterrado? ...
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quarta-feira, 25 de julho de 2018
O TOCO MAL ASSOMBRADO
Nos tempos em que os cafezais cobriam morros, havia um caminho de acesso a uma estrada principal, onde os moradores dos sítios ao redor eram obrigados a passar. Havia gente sempre transitando, principalmente durante o dia, muito raramente à noite. A beira do caminho podia se ver um toco de uma árvore remanescente da antiga floresta. Em volta a lavoura de café reinava absoluta. Os pés de cafés chegavam a atingir de três a quatro metros de altura e até mais. Era como se fosse um bosque cerrado de arbustos frondosos. Quando alguém passava ao redor do toco, principalmente nas noites de sexta-feira da quaresma ouvia choro e gritos desesperados, vindos do chão, exatamente de onde estava o toco. Por que razão um velho toco de árvore punha-se a chorar e a gritar quando alguém passava por perto? ... Qual seria o mistério? ... Os boatos circulavam na região, atiçando a crença popular... O local era realmente temido, pelo menos pela maioria dos moradores da vizinhança. Um dos homens da redondeza, o mais corajoso resolveu desvendar os mistérios, até então inexplicáveis. Começou a cavar em volta do toco, numa tarde de um dia qualquer, com um enxadão e uma pá... A menos de meio metro de profundidade encontrou uma caveira e o resto de um esqueleto humano bastante desgastado pelo tempo e pela umidade das chuvas... Corajoso como era, resolveu tocar a mão na caveira, antes não tivesse feito! ... Uma voz estranha ecoou do fundo do buraco, repetindo várias vezes à mesma frase: _ Não... Não toque no que não lhe pertence! ... _ Não... Não toque no que não lhe pertence! ... Fechou os olhos, tampou os ouvidos com as mãos, mesmo assim continuava ouvindo os gritos. Era um homem até então destemido, naquele momento pela primeira vez fraquejou, quase borrou nas calças e saiu correndo do local, largando para trás o enxadão e a pá. Contou o ocorrido aos vizinhos que não duvidaram de suas palavras. Acharam melhor levar o acontecido ao conhecimento da polícia local. Esta, uma vez informada do fato sinistro foi imediatamente ao local. Após minuciosa perícia, nada foi desvendado... A ossada humana mesmo sem ser identificada foi enterrada no cemitério. Dizem que o defunto descansou em paz e no local nunca mais ninguém ouviu nem choro e nem gritos misteriosos. Ficaram para sempre as dúvidas: Quem seria o defunto? ... Quem o matou? ... E por que foi ali enterrado? ...
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