Tudo aconteceu numa noite de quaresma, num sítio a aproximadamente uns dez quilômetros da cidade da cidade de Sertanópolis, com uma família que morava nas proximidades da capela. Como era tempo de quaresma a família resolveu ir à cerimônia da Via-sacra. Uma parte dos membros da casa resolveu ficar em casa, um filho adolescente e duas filhas ainda criança. Naqueles tempos, energia elétrica na zona rural nem pensar, as noites ainda eram iluminadas pelas famosas lamparinas a querosene. Mal os pais saíram, os irmãos trataram logo de trancar as portas e janelas e juntos foram ouvir o rádio movido à bateria. Como o som estava péssimo devido à bateria está quase descarregada, as meninas foram para o quarto e o garoto continuou na sala tentando sintonizar uma estação que apresentasse menos chiado já que as demais era uma zoeira total. Passara-se certo tempo e o garoto, já com o rádio desligado ainda reinava na sala planejando aprontar uma safadeza mal agourenta com as irmãs que com certeza aquelas horas já dormiam... Matuta daqui, matuta de lá... Nisto foi surpreendido por um barulho muito estranho vindo do interior de uma mata que havia perto da casa... Era um barulho indecifrável, com nada conhecido podia ser comparado... Os cachorros puseram-se a latir como que também persistem algo irreconhecível... O barulho foi aumentando, vindo na direção da casa e os cachorros davam sinais de que estavam também com medo, já não latiam mais, grunhiam... Com certeza estavam com os rabos entre as pernas buscando proteção debaixo do porão da casa... O barulho era confuso e já rondava o terreiro da casa... As meninas acordaram e vieram todas assustadas para a sala. Deram com o irmão de cabelos arrepiados, tremendo que nem vara verde... Ninguém era capaz de falar uma única palavra... Ficaram os três de olhos arregalados paralisados como se fossem estátuas... Lá fora havia um turbilhão de sons e ruídos muito estranhos... Às vezes se parecia com centenas de pessoas falando ao mesmo tempo em línguas desconhecidas... Tinham a nítida impressão do barulho de serrotes cortando madeira, martelos pregando prego... Nessas alturas os cachorros nem davam sinais de vida... Como se não faltasse mais nada começou a ventar e o vento forte zunia na antena do rádio... De repente fez-se um silêncio total... A fumarenta lamparina da sala deu mais claridade ao ambiente... Ouviram a batida da porteira próxima a casa, Já se podia notar os passos e um barulho bastante peculiar... Era o restante da família que já retornavam da capela numa prosa bastante animada... O filho mais velho mal conseguiu abrir a porta, ainda estava pálido e trêmulo, as duas meninas estavam geladas, ainda sem fala, sem saber do que se tratava ninguém foi capaz de dormir naquela noite... Somente no outro dia é que as vítimas contaram aos pais e aos irmãos mais velhos o sinistro acontecimento. Como o mistério nunca mais se repetiu... Ninguém foi capaz de dizer ao certo o que realmente aconteceu naquele sítio, naquela assombrosa noite da quaresma.
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quarta-feira, 25 de julho de 2018
UMA NOITE DE TERROR
Tudo aconteceu numa noite de quaresma, num sítio a aproximadamente uns dez quilômetros da cidade da cidade de Sertanópolis, com uma família que morava nas proximidades da capela. Como era tempo de quaresma a família resolveu ir à cerimônia da Via-sacra. Uma parte dos membros da casa resolveu ficar em casa, um filho adolescente e duas filhas ainda criança. Naqueles tempos, energia elétrica na zona rural nem pensar, as noites ainda eram iluminadas pelas famosas lamparinas a querosene. Mal os pais saíram, os irmãos trataram logo de trancar as portas e janelas e juntos foram ouvir o rádio movido à bateria. Como o som estava péssimo devido à bateria está quase descarregada, as meninas foram para o quarto e o garoto continuou na sala tentando sintonizar uma estação que apresentasse menos chiado já que as demais era uma zoeira total. Passara-se certo tempo e o garoto, já com o rádio desligado ainda reinava na sala planejando aprontar uma safadeza mal agourenta com as irmãs que com certeza aquelas horas já dormiam... Matuta daqui, matuta de lá... Nisto foi surpreendido por um barulho muito estranho vindo do interior de uma mata que havia perto da casa... Era um barulho indecifrável, com nada conhecido podia ser comparado... Os cachorros puseram-se a latir como que também persistem algo irreconhecível... O barulho foi aumentando, vindo na direção da casa e os cachorros davam sinais de que estavam também com medo, já não latiam mais, grunhiam... Com certeza estavam com os rabos entre as pernas buscando proteção debaixo do porão da casa... O barulho era confuso e já rondava o terreiro da casa... As meninas acordaram e vieram todas assustadas para a sala. Deram com o irmão de cabelos arrepiados, tremendo que nem vara verde... Ninguém era capaz de falar uma única palavra... Ficaram os três de olhos arregalados paralisados como se fossem estátuas... Lá fora havia um turbilhão de sons e ruídos muito estranhos... Às vezes se parecia com centenas de pessoas falando ao mesmo tempo em línguas desconhecidas... Tinham a nítida impressão do barulho de serrotes cortando madeira, martelos pregando prego... Nessas alturas os cachorros nem davam sinais de vida... Como se não faltasse mais nada começou a ventar e o vento forte zunia na antena do rádio... De repente fez-se um silêncio total... A fumarenta lamparina da sala deu mais claridade ao ambiente... Ouviram a batida da porteira próxima a casa, Já se podia notar os passos e um barulho bastante peculiar... Era o restante da família que já retornavam da capela numa prosa bastante animada... O filho mais velho mal conseguiu abrir a porta, ainda estava pálido e trêmulo, as duas meninas estavam geladas, ainda sem fala, sem saber do que se tratava ninguém foi capaz de dormir naquela noite... Somente no outro dia é que as vítimas contaram aos pais e aos irmãos mais velhos o sinistro acontecimento. Como o mistério nunca mais se repetiu... Ninguém foi capaz de dizer ao certo o que realmente aconteceu naquele sítio, naquela assombrosa noite da quaresma.
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