Certa ocasião, nos tempos da onça em que a caça era farta e ainda havia muita floresta, alguns moradores da região, já quase pendurados nas barrancas do Rio Tibagi tinham como hábito, em noites de lua cheia, caçar tatu. Já passado da meia noite, os cachorros da colônia puseram-se a latir e tomaram rumo na direção da floresta. Os caçadores, como de costume levantaram-se de suas camas, deixaram seus casebres, cada um com sua espingarda no ombro, supridas de munição e seguiram na direção da matilha que já latiam a centenas de metros distantes. Era noite enluarada, num céu sem nuvens e de estrelas cintilantes... Os cachorros já iam longe. Os caçadores apertaram os passos, atravessaram pelo pasto, depois pela palhada de milho, logo já estavam diante da exuberante floresta... Chegaram à conclusão, que pelo latido dos cachorros, o animal perseguido não podia ser um tatu... Experientes em caçadas, não foram capazes de desvendar o suposto animal que tinham pela frente. O latir dos cachorros era completamente diferente de todas as outras caçadas... Mesmo assim, não vacilaram, entraram na floresta, na direção da aventura que prometia uma grande surpresa. Mesmo sendo noite conheciam a floresta, até mesmo de olhos fechados...Andaram, andaram pelas trilhas costumeiras mesmo com pouca claridade do luar. O latido dos cachorros foi ficando cada vez mais distante e até que por fim, se fez silêncio total na floresta. E agora? ... Fazer o quê? ... O inquietante silêncio foi quebrado pelo canto funesto de uma coruja. Na sombria mata reinava as copas das árvores entrelaçadas que ocultava a lua e nada de se ouvir o latido dos cachorros, somente a coruja repetia seguidamente seu canto sinistro, um tanto desafiador... Os caçadores então resolveram retornar às casas. Num instante mágico foram surpreendidos por uma visão jamais imaginada... Incrível! ... Era uma visão encantadora... Naquela madrugada, os caçadores deparam-se diante de pequenas arbustos, cujas folhas brilhavam como se fossem banhadas a ouro... Nunca antes haviam ouvido falar em semelhante coisa... Ficaram abobalhados. Apanharam várias folhas dos arbustos que brilhavam nas mãos e que fazia clarear o corpo inteiro... Qual seria o mistério das folhas reluzentes? ... Esqueceram-se do tempo. Ficaram ali encantados com tanto deslumbre. Encheram os bolsos daquelas folhas reluzentes e retornaram as casas iluminados dos pés à cabeça. Ao adentrarem nos aposentos, quando foram narrar o fato acontecido aos familiares... Cadê o brilho das folhas? Estavam com os bolsos cheios de folhas comuns apanhadas na floresta... De uma coisa eles tinham a certeza, a de que não estavam loucos... Mesmo assim, passaram por mentirosos... Foram então confortados, no dia seguinte, por um senhor de idade que lhes afirmou de que eles haviam estado diante de um imenso tesouro escondido e não souberam aproveitar... Indignados pelo azar, a luz do dia e até mesmo em noites de lua cheia vasculharam centenas de vezes a floresta por todos os cantos a fim de reencontrar os arbustos das folhas reluzentes e tomar posse do tesouro... Todas as tentativas foram em vão. Hoje o local é coberto por lavouras, ora de soja, ora de milho e o suposto tesouro escondido ainda não foi encontrado... Será que ele realmente existe? ...
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quarta-feira, 25 de julho de 2018
FOLHAS RELUZENTES
Certa ocasião, nos tempos da onça em que a caça era farta e ainda havia muita floresta, alguns moradores da região, já quase pendurados nas barrancas do Rio Tibagi tinham como hábito, em noites de lua cheia, caçar tatu. Já passado da meia noite, os cachorros da colônia puseram-se a latir e tomaram rumo na direção da floresta. Os caçadores, como de costume levantaram-se de suas camas, deixaram seus casebres, cada um com sua espingarda no ombro, supridas de munição e seguiram na direção da matilha que já latiam a centenas de metros distantes. Era noite enluarada, num céu sem nuvens e de estrelas cintilantes... Os cachorros já iam longe. Os caçadores apertaram os passos, atravessaram pelo pasto, depois pela palhada de milho, logo já estavam diante da exuberante floresta... Chegaram à conclusão, que pelo latido dos cachorros, o animal perseguido não podia ser um tatu... Experientes em caçadas, não foram capazes de desvendar o suposto animal que tinham pela frente. O latir dos cachorros era completamente diferente de todas as outras caçadas... Mesmo assim, não vacilaram, entraram na floresta, na direção da aventura que prometia uma grande surpresa. Mesmo sendo noite conheciam a floresta, até mesmo de olhos fechados...Andaram, andaram pelas trilhas costumeiras mesmo com pouca claridade do luar. O latido dos cachorros foi ficando cada vez mais distante e até que por fim, se fez silêncio total na floresta. E agora? ... Fazer o quê? ... O inquietante silêncio foi quebrado pelo canto funesto de uma coruja. Na sombria mata reinava as copas das árvores entrelaçadas que ocultava a lua e nada de se ouvir o latido dos cachorros, somente a coruja repetia seguidamente seu canto sinistro, um tanto desafiador... Os caçadores então resolveram retornar às casas. Num instante mágico foram surpreendidos por uma visão jamais imaginada... Incrível! ... Era uma visão encantadora... Naquela madrugada, os caçadores deparam-se diante de pequenas arbustos, cujas folhas brilhavam como se fossem banhadas a ouro... Nunca antes haviam ouvido falar em semelhante coisa... Ficaram abobalhados. Apanharam várias folhas dos arbustos que brilhavam nas mãos e que fazia clarear o corpo inteiro... Qual seria o mistério das folhas reluzentes? ... Esqueceram-se do tempo. Ficaram ali encantados com tanto deslumbre. Encheram os bolsos daquelas folhas reluzentes e retornaram as casas iluminados dos pés à cabeça. Ao adentrarem nos aposentos, quando foram narrar o fato acontecido aos familiares... Cadê o brilho das folhas? Estavam com os bolsos cheios de folhas comuns apanhadas na floresta... De uma coisa eles tinham a certeza, a de que não estavam loucos... Mesmo assim, passaram por mentirosos... Foram então confortados, no dia seguinte, por um senhor de idade que lhes afirmou de que eles haviam estado diante de um imenso tesouro escondido e não souberam aproveitar... Indignados pelo azar, a luz do dia e até mesmo em noites de lua cheia vasculharam centenas de vezes a floresta por todos os cantos a fim de reencontrar os arbustos das folhas reluzentes e tomar posse do tesouro... Todas as tentativas foram em vão. Hoje o local é coberto por lavouras, ora de soja, ora de milho e o suposto tesouro escondido ainda não foi encontrado... Será que ele realmente existe? ...
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