O Muito já se falou sobre a luz que aparecia em certo morro de uma região rural intensamente povoada. Já foi contada em livros: em prosa e versos. O mais intrigante é que ela aparecia sempre fazendo o mesmo percurso, no sentido oeste-leste. Assemelhava-se a luz de um lampião sendo carregado por alguma pessoa e não se podia estranhar o fato dela aparecer exatamente em um lugar bastante visível e que havia ali um caminho. Não tinha nem dia e nem hora certa para aparecer, mas o fato acontecia em torno das 20 horas, quando as famílias da região já haviam jantado, e como costume da roça, nesse horário, ficavam os moradores reunidos ao lado de fora, tomando uma fresca, contando causos. Anos após anos, décadas após décadas, a tal luz, uma ou duas vezes por semana fazia o trajeto de rotina... Seria a mesma pessoa carregando um lampião? ... Impossível, mesmo porque o caminho, com o tempo ficou abandonado e intransitável. Tal mistério foi comentado ao padre da cidade: _ Gostaria de ver, só que não acredito em nada de sobrenatural. – Disse o padre. Passados certo tempo, numa noite de sábado o padre foi até a zona rural, onde iria rezar a missa mensal na capelinha do Bairro, no dia seguinte pela manhã. Como de costume pernoitava na casa de uma senhora muito conhecida e respeitada em toda a redondeza. Naquela noite a família hospedeira e o padre estavam reunidos na varanda, enquanto conversavam: _ Padre! ... Padre! ... Olha lá a luz do morro. Falou a senhora anfitriã. O padre olhou na direção e pensou por alguns segundos para ter certeza no que iria falar: _ Meu Deus! ... Quanta ingenuidade! ... Aquilo é um lampião. É gente que vai lá, não sei pra onde... Mas a luz é de um lampião. Mal o padre havia acabado de falar, a luz provou o contrário: tornou-se mais intensa, subiu acima do nível do espigão, rodopiou várias vezes no ar, desceu sobre a mata como se viesse na direção da varanda do casarão numa velocidade espantosa e em seguida, desapareceu misteriosamente antes de atravessar o ribeirão... Logo em seguida retornou reaparecer serenamente ao seu costumeiro caminho, como se nada de extraordinário tivesse acontecido. O silêncio tomou conta da varanda: _ Seja lá o que for não sei do que se trata. Falou o padre. A misteriosa luz continuou aparecendo, ainda por muitos anos... O mais estranho é que as famílias que povoavam o local, com o fim das lavouras cafeeiras mudaram-se para outros lugares do Brasil. A região ficou quase desabitada e a luz desapareceu para sempre.
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quarta-feira, 25 de julho de 2018
A LUZ DO MORRO
O Muito já se falou sobre a luz que aparecia em certo morro de uma região rural intensamente povoada. Já foi contada em livros: em prosa e versos. O mais intrigante é que ela aparecia sempre fazendo o mesmo percurso, no sentido oeste-leste. Assemelhava-se a luz de um lampião sendo carregado por alguma pessoa e não se podia estranhar o fato dela aparecer exatamente em um lugar bastante visível e que havia ali um caminho. Não tinha nem dia e nem hora certa para aparecer, mas o fato acontecia em torno das 20 horas, quando as famílias da região já haviam jantado, e como costume da roça, nesse horário, ficavam os moradores reunidos ao lado de fora, tomando uma fresca, contando causos. Anos após anos, décadas após décadas, a tal luz, uma ou duas vezes por semana fazia o trajeto de rotina... Seria a mesma pessoa carregando um lampião? ... Impossível, mesmo porque o caminho, com o tempo ficou abandonado e intransitável. Tal mistério foi comentado ao padre da cidade: _ Gostaria de ver, só que não acredito em nada de sobrenatural. – Disse o padre. Passados certo tempo, numa noite de sábado o padre foi até a zona rural, onde iria rezar a missa mensal na capelinha do Bairro, no dia seguinte pela manhã. Como de costume pernoitava na casa de uma senhora muito conhecida e respeitada em toda a redondeza. Naquela noite a família hospedeira e o padre estavam reunidos na varanda, enquanto conversavam: _ Padre! ... Padre! ... Olha lá a luz do morro. Falou a senhora anfitriã. O padre olhou na direção e pensou por alguns segundos para ter certeza no que iria falar: _ Meu Deus! ... Quanta ingenuidade! ... Aquilo é um lampião. É gente que vai lá, não sei pra onde... Mas a luz é de um lampião. Mal o padre havia acabado de falar, a luz provou o contrário: tornou-se mais intensa, subiu acima do nível do espigão, rodopiou várias vezes no ar, desceu sobre a mata como se viesse na direção da varanda do casarão numa velocidade espantosa e em seguida, desapareceu misteriosamente antes de atravessar o ribeirão... Logo em seguida retornou reaparecer serenamente ao seu costumeiro caminho, como se nada de extraordinário tivesse acontecido. O silêncio tomou conta da varanda: _ Seja lá o que for não sei do que se trata. Falou o padre. A misteriosa luz continuou aparecendo, ainda por muitos anos... O mais estranho é que as famílias que povoavam o local, com o fim das lavouras cafeeiras mudaram-se para outros lugares do Brasil. A região ficou quase desabitada e a luz desapareceu para sempre.
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